segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Praia de Pernambuco, Guarujá

17 de agosto, Praia de Pernambuco, Guarujá. A manhã daquele domingo realmente estava linda e com um sol senegalesco em pleno inverno, o que me fazia pensar se devia agradecer a São Pedro ou me preocupar com o drama do aquecimento global. Seja qual fosse o motivo, era uma boa oportunidade de tirar o mofo e pegar uma corzinha.

O percurso de Santos até a praia não durou uma hora e pelas 11h30 já estava devidamente prostrado ao sol. Contudo, ao chegar, senti que algo me afligia. Na pressa de sair havia feito muitas coisas, menos uma, agora importantíssima, e que agora pedia passagem. E o pior que uma praia não é melhor lugar do mundo para isso.

Durante minha infância, tive desagradáveis experiências quando entrava e me deparava com um legítimo brown submarine boiando sem medo de ser feliz nas praias da Aparecida ou Embaré, graças aos muitos porcalhões que visitam nossa bela região todos os anos. Por isso mesmo, não poderia cometer tal atentado à natureza, mesmo já trançando as pernas e suando frio.

Tudo bem, tenho que admitir que exagerei um pouco a última frase. O fato é que não era aquela vontade que acomete você de maneira desesperadora e sim algo lento e gradual que, inexoralvemente, vai acabar acontecendo. Por isso fui analisando a situação, enquanto curtia o sol e bebericava minha caipirinha. Até que me ocorreu a solução, o Sofitel Jequitimar Guarujá, também conhecido como o hotel 5 estrelas do Silvio Santos, ali mesmo na praia.

Era uma missão arriscada, contudo era a minha única opção. No caminho até lá pensava em estratagemas de como driblar o segurança logo na entrada das piscinas, porém, no final, acabei chegando lá de peito aberto e disse a verdade. Não sei se era a baixa temporada ou minha cara de desespero, mas o homem se compadeceu com meu drama. Logo chamou o seu superior que foi ao meu encontro. Expliquei-lhe o problema e ele me deu o acesso, me acompanhando pela área da piscina. Ao invés de ir a algum banheiro reservado aos empregados, mais uma surpresa: o encarregado me indicou o do restaurante externo. Lisongeado e pomposo, segui o caminho indicado e fui até lá.

O banheiro em si era simples, como se deve esperar de um feito para uma área repleta de piscinas. Lembra até um pouco aqueles de clubes, com azulejos brancos de cima abaixo e sem muitos detalhes, até porque deve viver sempre úmido na alta estação. Logo na entrada, à direita, duas pias com um grande espelho e, à frente, umas três ou quatro cabines, fechadas. Dentro dela, além do papel higiênico, tinha também um protetor para o assento, o que segue uma tendência que já vi em outros locais. Pude fazer tudo de modo tranquilo e foi até divertido de certa forma, devido a todo o inusitado.

Deixei o recinto de corpo e alma mais leves, agradecendo ao segurança que me liberou a entrada e pensando que as centenas de Tele-Senas e carnês do Baú que minha avó comprou durante sua vida finalmente tiveram um final feliz.


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