quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pão de Açúcar – Rio de Janeiro, RJ


Ah, o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa e todos aqueles clichês bossanovísticos. Palco da final da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Antiga Capital do país e com tantos atrativos e belezas naturais que, ao menos uma vez na vida é preciso conhecer. A minha chegou no último feriado de Finados e aproveitei a ocasião, para conhecer seus principais cartões postais naqueles três dias. Entre os vários programas de turista, estava a visita ao Pão de Açúcar, nossa primeira parada.

Apesar do preço salgado – 44 reais por cabeça – o lugar estava lotado, mesmo com o tempo um tanto nublado. E vale a pena. Sabe aquelas vistas do Rio belíssimas que vemos em todas as novelas do Manoel Carlos? Pelo menos, metade delas são filmadas ali (a outra metade, provavelmente, são feitas a partir do Cristo Redentor). Além da visão ser ainda melhor ao vivo, a estrutura do complexo também não deixa a desejar. São diversas cadeiras e mesas de madeira, anfiteatro, lojas de souvenires, bares e, claro, banheiros.

Sinceramente, nem pensava nessa possibilidade, encantado que estava ali. Só sei que, após sair do segundo bonde, lá no topo da montanha, quando me deparei com as placas indicativas do recinto, em português, inglês e espanhol, bateu aquela vontade de conhecê-lo in loco. E, dessa vontade, veio outra, literalmente de minhas entranhas, para tornar este desejo realidade. Ato contínuo, deixei a mesa onde estava e fui ao encontro do meu destino.
A primeira coisa que reparei ao entrar foi a quantidade de homens que entravam e saíam constantemente. Entretanto, o que poderia parecer um problema, ali era controlado por uma limpeza constante, feita por um funcionário que lá estava durante toda a minha estada ali. A decoração também era sóbria, com pisos negros e com brilho. Todo o recinto tinha um aroma gostoso e não aqueles que geralmente sentimos em sanitários masculinos.


Já dentro da cabine, não era diferente. Pelas cabines, dava para se notar que o banheiro havia sofrido uma reforma, dado o estilo da trava, mais modernas, e a divisórias, imaculadas, de compensados brancos. O vaso, de mesma cor, assim como o assento, eram simples e funcionais.


O cesto de lixo e o porta-papel higiênico não comprometiam, por seu turno. Enquanto terminava meus afazeres, via pelo brilho do chão o funcionário maniacamente passando mais um paninho no chão, tamanho o esmero.


A nota triste deste relato é de não ter conseguido, infelizmente ter tirado uma foto do vaso, dado o volume de pessoas lá dentro. De qualquer forma, saí de lá satisfeito em saber que um dos cartões postais mais famosos do mundo tem um banheiro tão bem cuidado.

Cotação: 4,5 privadas*
* Sendo, 1 privada péssima e 5, ótima!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Posto Rede Lago Azul - UPDATE

Atendendo a inúmeros pedidos que não foram feitos, voltei até o Lago Azul e tirei a fotinha que faltava da exata cabine onde realizei meu último post. Enjoy!



PS: e só não usei de novo porque iria visitar um outro no caminho. Mas isso é outra história, em breve contada aqui ;)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Posto Rede Lago Azul, Rod. Anhanguera, km 72 – Louveira/SP


Nessas idas e vindas de São Paulo quase que semanais, não pude deixar de notar as várias redes de estabelecimentos de conveniência que permeiam o sistema Anhanguera – Bandeirantes, entre Campinas e São Paulo. Percebendo essa oportunidade de mapear esses banheiros de beira de estrada, eis que resolvi dar início uma série de visitas que, caso a natureza permita e eu estiver ao volante, será a primeira de muitas.

Essa primeira deu-se numa manhã de sábado que, na pressa de sair, vi que não teria dinheiro suficiente para pagar os muitos pedágios até a pauliceia. Então, após o pagamento do primeiro deles, fiz uma parada estratégica em um dos postos da rede Lago Azul, em Louveira, para fazer uma retirada. E, aproveitando o ensejo, um depósito pra lá de especial.

As instalações do local impressionam. Junta não somente posto de gasolina e lanchonete/restaurante, mas também hotel, centro de convenções, capela e tudo o mais. Se não me engano esse Lago Azul é o primeiro da rede, o que lhe confere um status histórico. Entrei no restaurante e encontrei de cara os caixas eletrônicos no corredor. Continuando por esse corredor finalmente encontrei os banheiros, bem lá no fundo.

Dada a distância, se estivesse realmente apertado estaria com problemas. Contudo, valeu a caminhada. As instalações são bem amplas, o que me lembrou até aqueles banheiros de clube ou de academia. O movimento estava bem tranquilo e pude entrar na primeira cabine que eu vi.

De pronto vi em alguns detalhes o cuidado com o viajante, principal público do local. Havia uma cestinha, tipo porta-treco de um lado da parede e do outro, logo acima do papel higiênico um apoio para pendurar casacos e afins. O mármore do chão e os azulejos da parede denotavam sua idade, talvez pelo fato de ser ali o mais antigo posto da rede; porém estavam limpos e em bom estado.



Entre as paredes de granito existem pequenos vãos, que podem ser úteis quando você é pego numa emergência sem papel e pode pedir um pedacinho ao lado do vizinho. O rolo de papel e o lixinho eram funcionais e não apresentavam nada de inovador. A porta, branca, também resistia imaculada, mesmo com a alta frequência de visitantes que se aliviam ali, ávidos por deixar suas mensagens para a posteridade.

A única curiosidade foi após dar a descarga, quando saí e notei que havia apenas um porta-protetor de assento do lado de fora das cabines. Talvez fosse o caso de ter, ao menos, mais um na outra extremidade do local. De qualquer forma, deve ser um pouco constrangedor pegar seu protetor discretamente antes de entrar e fazer o que tem que fazer lá dentro.

Cotação: 3,5 privadas*
* Sendo, 1 privada péssima e 5, ótima!

PS: Que puxa, esqueci de fotografar o vaso de novo! Em breve novas fotinhas ;)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Empório Dona Bella - Campinas/SP

Fim de tarde gostosa de um sábado que me rendeu muito trabalho e uns caraminguás a mais no final do mês. Missão cumprida, cansado e sedento, lembrei-me que alguns amigos estavam aproveitando o dia de forma muito mais divertida desde a hora do almoço no Empório Dona Bella e resolvi encontrá-los em um pit-stop. Ou melhor, um splash n’go, uma vez que não só recuperaria as energias, mas também bebericaria o chorinho da garrafa de Red Label que resistia bravamente na mesa deles.

Cheguei um pouco depois das 17h, com a vã esperança de provar a deliciosa feijoada do local, porém tudo que encontrei foi o sertanejo rolando no palco ao vivo e meus amigos esbanjando simpatia, especialmente com minha chegada surpresa ao local. Rapidamente, já estava de copo na mão, saboreando meu whiscola, quando percebi que poderia fazer algo mais que apenas curtir aquele mini happy hour.

Pelo adiantado da hora e pelo volume de marmanjos que já poderiam ter estragado o vaso masculino, cheguei a cogitar se aquilo seria mesmo uma boa ideia. O problema era que eu tinha duas opções: ou deixar o bar e correr para apartamento ou encarar sentado mais esse desafio. Destarte, lá fui eu em busca do banheiro do Dona Bella.

Com muito custo, consegui passar pela barreira de pessoas no salão e chegar ao dito cujo. Composto por três mictórios e duas cabines, as instalações, em tese, não comprometem. Divida por uma parede de mármore, a cabine que eu escolhi para o ato era simples e até habitável, considerando o horário.

De lá pude constatar que a casa em si era mais velha do que eu pensava, visto o teto feito de madeira. As paredes e o chão, contudo, eram mais novos, o que mostrava que havia sido reformado, quiçá, quando da abertura do estabelecimento. A luz não era nada boa, pois a lâmpada estava de modo a iluminar apenas a parte de fora do banheiro, deixando à parte logo onde eu me encontrava. O papel higiênico, daqueles que sai aos pedaços, apesar da qualidade, não é nada prático quando se trata de forrar o assento.

Aliás, tanto ele quanto o vaso eram brancos e até simples, de certa forma. A descarga era daquelas com caixa d’água atrás o que, dependendo do movimento, pode atrapalhar o uso da cabine, após várias pessoas usarem sem dó seu vaso. Prova disso era o lixinho lotado até a boca, o que indica que posso ter escapado por pouco de uma enrascada.

Na saída, ao lavar minhas mãos, não pude deixar de notar os vários produtos de limpeza embaixo da pia, demonstrando ironicamente um pouco de falta de higiene. Creio que poderiam estar melhor estocados, longe dos olhos da clientela. Um banheiro que pode ser uma incógnita devido ao movimento, mas com um certo potencial, desde que um pouco melhor cuidado.

Cotação: 3 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hibiscus, Praia de Ipioca/AL

Nada como fazer algumas loucuras bem sensatas de tempos em tempos. Foi com este espírito que eu resolvi de torrar algumas milhas do cartão fidelidade e passar dois dias de bon vivant em Maceió, a partir de uma oferta irresistível da TAM. Uma decisão que se mostrou mais que sensata naquele final de semana, estatelados ao sol, ouvindo apenas o vai-e-vem magnífico das ondas do mar.

Após conhecer o litoral sul do estado no dia anterior, aproveitei o domingo na Praia de Sonho Verde, lugar belíssimo e mais que perfeito para recarregar as energias para a segunda-feira que já me espreitava na pauliceia. Já no retorno à Maceió, resolvi de aproveitar a dica de uma amiga e visitar o Hibiscus, bar e restaurante de frente para a Praia de Ipioca.

Dentro de um condomínio fechado, o estabelecimento realmente vale a visita. É um lugar para se passar o dia, com lounges de descanso e tudo o mais para o seu conforto. O problema, na verdade, eram dois. O primeiro é que o dia naquelas bandas parece acabar um pouco mais cedo – lá pelas 4 da tarde o sol começa a ir embora e as pessoas idem. O segundo, que os garçons já não estavam com a menor vontade de atender clientes de última hora como a gente.

Com ou sem atendimento, o lugar era ótimo e aproveitei ali mesmo o final da tarde. A estrutura do lugar era tão boa que me fez lembrar que desde a outra praia estava querendo deixar uma lembrança no vaso mais próximo. Nem pensei duas vezes: antes de ser mandado embora, tratei de ir ao banheiro em frente.

Assim como o restante do restaurante, o banheiro também apresentava uma decoração rústica-chique, com vários detalhes em madeira, das portas a pedaços de troncos envernizados e usados como colunas para as cabines.

A iluminação, entretanto, não era das melhores. Talvez pelo horário e talvez pelo fato de eu não ter achado um interruptor à mão, tive que improvisar naquele ambiente à meia-luz. Nada que realmente atrapalhasse uma vez já instalado. O revestimento das paredes, meia-barra, e o chão eram de piso frio, simples, mas atuais. O vaso e o assento brancos e também o rolo de papel daqueles presos à parede também eram bastante funcionais. As duas pias logo em frente às cabines, além de um mictório solitário completavam de modo básico e eficiente as instalações.

Olhando o cardápio minutos depois de deixar aquele banheiro, percebi que os preços eram os mais salgados daquela viagem até então. E, de repente, deixei de fazer questão de ser atendido: desfrutei  da paisagem de graça e saí tal qual entrei sem pagar patacas.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Viação Cristália - Entre Campinas e São Paulo/SP


Após uma semana em Campinas, eis que já era hora de voltar para estrada. Assim, sábado logo pela manhã, fui até a bonita rodoviária local para pegar um ônibus para São Paulo, onde passaria o sábado e domingo, em um sistema de bate-e-volta que se tornaria rotineiro dali para frente.


Era pouco antes das 11 da manhã quando finalmente entrei no ônibus. Alternativo que sou, deixei de pegar o tradicional Cometa para escolher a valorosa Viação Cristália que sairia um pouco antes. Uma decisão que se mostrou inútil, já que meu ônibus não só chegou atrasado, como ainda saiu depois dele. De qualquer forma, fiquei feliz com O Estado de São Paulo que ganhei logo ao entrar, já que quase 2 horas de viagem podem ser bem maçantes, especialmente sem uma boa leitura.


Seguimos pela Anhanguera, rodovia que não leva mais trema e que me levou para vários destinos nestas minhas andanças. Tamanha intimidade com o percurso, aliada às poucas curvas da estrada e a um catalizador clássico como a leitura de um jornal, fez com que surgisse aquela vontade de ler o caderno de Esporte noutro lugar. Mais precisamente no banheiro, que estava bem ali, ao meu lado.


Tomado pelo impulso, não pensei duas vezes e fui fazer a experiência. De cara, fiquei fascinado pelo total aproveitamento do espaço minúsculo, repleto de compartimentos para serem descobertos. A vista da estrada também era privilegiada da janelinha ao alcance das minhas mãos. Além disso, o assento também era preso por um sistema de molas, que só baixava quando fosse realmente utilizado. Traquitana esta que poderia ser utilizada também em banheiros de casais em que a mulher vive reclamando do seu companheiro, que nunca levanta a tampa do vaso na hora do nº 1.


Sentei e esperei a natureza seguir seu curso, quando percebi que estava por forçar uma barra, por assim dizer. Não era possível. Tal qual Baloubet Du Rouet, refuguei. Pior, tal qual Mercadante, revoguei o que parecia ser irrevogável. Um misto de frustação e prisão de ventre tomou conta de mim, que saí em seguida da cabine. Voltei para minha poltrona, refletindo sobre a oportunidade perdida de um post inusitado. Parecia o fim mas, antes da chegada à Capital, descobri que meu intestino é brasileiro e não desiste nunca.




Voltei para dentro para terminar aquele negócio não resolvido, desta vez com o Caderno 2 na mão. Foi aí que constatei que, mesmo pequeno, eu até que tinha espaço para me movimentar com um certo conforto. Voltei a atentar a praticidade do local a partir do próprio vaso. 


Apesar de ser feito de um material parecido com fibra ou algo assim, sua "cuia" era metálica, provalvelmente a fim de facilitar a sua limpeza posterior. Todo o resto do ambiente ao meu redor usava essa mesma fibra. À minha frente, havia uma barra que devia ser usada, tanto numa manobra mais brusca do ônibus, bem como quando fosse preciso fazer uma força a mais ali. Um pouco abaixo dela, encontravam-se os compartimentos de onde saia o papel higiênico e a lata de lixo, acionada por um pedal, ao alcance do meu pé esquerdo.


Atrás de mim, à esquerda, estava uma pequena pia, bem funcional também, além do espelho e a própria descarga. Dispositivo, aliás, que não sei se é movido à vácuo ou por algum outro sistema, porém, diferente de tudo que havia utilizado até então. 




Na dúvida, em um gesto de boa vizinhança com os poucos passageiros do ônibus, mantive a janelinha aberta para evitar maiores constrangimentos. 


Entre suspenses e reviravoltas, no final tudo acabou bem. E me deixou curioso para, um dia, descobrir como devem ser os banheiros dentro dos aviões de carreira.


Cotação: 3,5 privadas*

*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bar Manga Real - Campinas/SP



Vida nova de novo em 2009. Em um ano onde a rotina passou longe, nada como celebrar minha primeira semana em Campinas de uma forma insólita: em um happy hour no bar Manga Real, em plena segunda-feira.


Ao chegar, meu amigo que gentilmente me ofereceu guarita nestes primeiros tempos, gentilmente já me esperava numa mesa com dois copos de uísque com Cola-Cola ou, simplesmente, whiscola para os mais iniciados. Logo em seguida chegariam outros companheiros de copo, para uma noite de muita música sertaneja, quitutes e boas risadas.


Eram, sem dúvida, novos tempos. Nada como estar entre amigos, em uma terra que já conhecia de outrora. E de tantos banheiros que usei e abusei, antes de iniciar o Já Caguei Aqui. Portanto, usar o banheiro da casa naquela noite, não era apenas uma questão de sair do aperto: era também um acerto de contas com o passado.




Nesse momento, o movimento do bar já começava a crescer e, nos banheiros localizados ao lado do palco, não era diferente. Entrei no masculino e de cara vi as duas cabines onde poderia realizar meu trabalho. A primeira delas, de tamanho normal estava ocupada, o que me sobrou, novamente, a reservada a deficientes físicos. Não pude deixar de pensar em um certo déjà vu na situação. Mas, no final, percebi que aquele vaso era perfeito para mim, pois naquele momento estava com necessidades bem especiais.


Sendo assim, entrei e aproveitei o amplo espaço interno da cabine. As barras de acesso, contudo, davam a impressão de estarem um tanto carcomidas pela ferrugem. Outra decepção foi encontrar o compartimento onde ficaria os papéis para assentos vazio. 




O restante da decoração era formada por azulejos pretos, meia-barra, que combinavam  com o piso, de coloração mais azulada. Logo acima da barra e do vaso onde me encontrava, havia um registro, que acabou sendo prático deveras na hora de pendurar a jaqueta que prendia meus braços ali. Feitas de fórmica de cor neutra, as cabines eram simples, tal qual a sua tranca. O interessante era o vão entre a cabine e o chão que, apesar de sua base estar enferrujada, podia ser de grande valia, na hora de pedir um pouco de papel higiênico, numa eventual emergência.



Saí de lá com sensação de ter acertado minha dívida com os banheiros campineiros, com o garbo e elegância que me é peculiar. Agora é questão de encontrar todos os outros e pagar com juros e correção sanitária.


Cotação: 3 privadas*

*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ribeirão Shopping - Ribeirão Preto/SP



Últimas horas em Ribeirão Preto, após um mês de peripécias, boas histórias e muito trabalho. Estava numa correria danada, fazendo malas, pagando contas, enfim, levantando o acampamento para resolver tudo antes do meio-dia e pegar a estrada para a longa viagem de volta.


Apesar do saldo positivo da experiência, sentia naquela manhã de segunda uma certa melancolia, que só fazia crescer, à medida que as horas passavam, chegando ao ponto de ficar desconfortável. Foi quando percebi que não era melancolia o que estava sentindo. Tudo não passava de um mais chamado do meu corpo para que a natureza seguisse seu curso.


Como estava tirando dinheiro para os 2578 pedágios entre Ribeirão Preto e Santos no Ribeirão Shopping, aproveitei o ensejo para visitar um dos muitos banheiros do local. Pela proximidade de casa, já havia percebido o potencial daqueles lavatórios mas, até então, nada digno de um relato. Entretanto, quis o destino que, logo no último dia, eu encerrasse minha aventura na califórnia brasileira em grande estilo.


Como todos eram iguais em tamanho e estilo, optei por entrar no primeiro que eu achei. Era um belo de um sanitário, grande e espaçoso. Logo à esquerda de quem entra, estão cerca de 15 mictórios, bem distribuidos e divididos por uma parede; as pias e as cabines, mais à direita. Ao entrar na primeira que vi disponível, a primeira decepção: sujo. Ainda estava cedo, mal havia passado das 11h e já estava naquele estado, todo molhado. O bom é que não faltavam cabines, deviam ter outras dez disponíveis, então parti tranquilamente para a seguinte. 




Esta, mais limpa, já estava mais de acordo com o que eu esperava. Espaçosa, possuia pisos e azulejos de qualidade e modernos, como o próprio shopping. Continha, também, logo acima da cabeça, uma prateleira de granito, do mesmo material das divisórias entre uma cabine e outra. O porta papel higênico e o lixinho, apesar de não ser novidade, ornavam muito bem no conjunto da obra. Fiquei impressionado deveras com a válvula da descarga, meio high-tech, que não decepcionou na hora de ser acionada. Por último, a luz indireta e a música ambiente davam um ar mais intimista, num momento que tudo que você mais quer é estar consigo mesmo.




Dei descarga na minha melancolia e saí de lá com corpo e espírito mais leves. Foi com essa sensação que deixei o Ribeirão Shopping e, horas mais tarde, a cidade de Ribeirão Preto, certo do dever cumprido e pronto para novas aventuras, em busca da latrina perfeita.


Cotação: 3,5 privadas*

*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Panificadora Skalla - Ribeirão Preto/SP



Passar um mês em Ribeirão Preto foi uma experiência emocionante em todos os sentidos. A começar pela minha chegada na cidade, após 3 horas de viagem e ter pago todos os pedágios do mundo, antes de ir direto para a nova agência.


Era normal que eu estivesse mais que ansioso, não apenas para começar, mas também para achar o local, em um cronograma que não poderia ter erros. Estranho mesmo, era a já desesperadora vontade de ir ao banheiro que tomava conta de mim àquela hora da manhã ao volante.


Por sorte, consegui achar sem muita dificuldade o endereço, estando lá meia hora antes do combinado. Que alívio! Não seria de bom tom, tampouco apropriado, me apresentar em um emprego novo todo apertado tal qual estava. Sendo assim, aproveitei o ensejo para fazer um reconhecimento das rendondezas. Não deu para ser nada muito elaborado, obviamente, tanto pelo horário, quanto por minha situação periclitante. Foi aí que, na esquina da avenida, avistei uma padaria que poderia me servir bem e, quiçá, me servir sempre.


Infelizmente, não era bem esse o caso. A Panificadora Skalla tinha um aspecto simples e servia almoço também, como pude perceber pelas mesas dispostas. Já sabia para onde sair ao meio-dia, mas banheiro que era bom, nada. Encontrei uma boa alma que trabalhava lá, que finalmente me indicou os fundos do estabelecimento. 


Estava claro: não era um banheiro aberto à clientela. De qualquer forma, fui surpreendido pelo banheiro masculino estar simplesmente desativado. Sem pestanejar, abri o banheiro feminino e entrei. Era um local estreito, tipo com 1,5m de largura por 3 de comprimento e pé direito alto, com a pia logo na entranda e o vaso lá no fundo, meio abandonado, até. 



Minhas suspeitas sobre a restrição do banheiro se confirmaram já que vi uma touquinha que as meninas usam no balcão esquecida lá em um gancho na parede. Parecia limpo, no geral. Aliás, tão limpo que havia sido inspecionado e aprovado pelo Centro de Zoonoses local, o que suscitava dúvidas sobre que tipos de animais frequentavam os banheiros dali.




O papel higiênico, o vaso em si e o lixinho eram simples, mas de coração. Problemas mesmo tive com a descaga. Tenho que admitir que fiz um belo estrago na louça, entretanto, a pressão da válvula era muito fraca. Fiz o que pude para não deixar vestígios da minha presença lá. Contudo, no final, limpa mesmo só ficou a minha consciência.


Saí de lá com a sensação de que, após minha insólita visita, o banheiro feminino da padoca ficaria também interditado naquela manhã.


Falha nossa: no afã de sair rapidamente do local, acabei por esquecer de fotografar o vaso. Fica pra próxima.



Cotação: 2 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Outback Shopping Anália Franco – São Paulo/SP



Nada como comparecer em um aniversário onde o presente quem ganha é você. Foi nesse clichê tosco que pensei ao seu convidado para um almoço de aniversário no Outback, do Shopping Anália Franco. Assim, o que poderia ser apenas um compromisso normal tornou-se uma deliciosa oportunidade de colocar meus instintos ogros em ação, detonando um Ribs on the Barbie, batatas, sobremesas e afins.

Cheguei lá sem maiores percalços, na tradição abrir os lugares na hora do almoço. Não precisei sequer pegar fila pela mesa, já tinha uma pronta me esperando. Espera mesmo, pelos convidados que estavam a caminho. A caminho, também, havia algo em mim prestes a sair down under e que não podia mais esperar. Então, à francesa, fui descobrir o que um banheiro tipicamente australiano poderia me oferecer.



As instalações em si eram mais simples do que eu pensava. Haviam alguns quadros que remetiam à terra dos cangurus e tudo, porém não havia uma decoração específica para o local. Parecia, inclusive, que seu piso e azulejos de parede seguiam o padrão do shopping, o que para mim foi decepcionante. Mesmo assim, era tudo bem asseado, dentro dos padrões do restaurante.



O papel higiênico era daqueles que já sai aos pedaços, contudo, dessa vez vinha acompanhado também de protetores de assentos, o que facilitou e muito o trabalho naquela hora de aperto. A porta e suas divisórias eram feitos de compensado de uma cor meio de burro quando foge e possuía uma tranca de plástico, que fazia bem a sua função. Tanto a válvula quanto a lixeira, cromados, destoavam do restante do ambiente, que poderia ser muito melhor aproveitado.



De qualquer forma, para o que eu tinha que fazer estava ótimo. A cabine tinha um tamanho bom, fazendo que eu passasse apenas os apertos com os quais a natureza me inflingia. Pude terminar a tarefa sem mais delongas, com a satisfação de dever cumprido.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pinguim – Ribeirão Preto/SP


Ir a Ribeirão Preto e não conhecer o Pinguim é como ir a Roma e não ver o banheiro do Papa. O bar e restaurante, ao lado do imponente Teatro Pedro II é, desde 1936, um dos principais pontos de encontro da cidade e seu chopp é considerado pelos seus frequentadores o melhor do Brasil. Polêmicas à parte, eu que nem gosto de chopp, estava mais preocupado naquele sábado em saborear uma suculenta feijoada, iguaria que ainda não tinha tido o prazer de experimentar desde minha chegada à califórnia brasileira.

Destarte, fui até o Centro encontrar o tal Pinguim. Para um ponto turístico tão famoso, até que uma sinalização a mais cairia bem, já que o caminho não é dos mais fáceis. Contudo entre trancos os barrancos de quem ainda está se adaptando numa cidade nova, cheguei sem maiores percalços.

O bar, lotado, realmente é muito bonito. Dava a impressão que havia sido reformado não fazia muito tempo, sem perder o charme inicial. Me arriscaria, inclusive, em dizer que possuía um ar meio "sépia" de ser. Consegui logo uma mesinha aconchegante, numa posição que não poderia ser mais estratégica: de um lado, o bar, onde os lendários chopes eram retirados; do outro os banheiros, onde eu senti que tinha um depósito a efetuar. Pedidos anotados, era hora de eu cumprir a minha missão ali.


Amplo e espaçoso, o banheiro segue a a decoração do restante do bar. Com azulejos brancos cobrindo toda a parede, lajotas de mesma cor no chão e paredes de granito entre as cabines, mantinha o aspecto limpo mesmo com o alto consumo de chopp, o que já é uma vitória e tanto. Uma vez que a cabine comum estava ocupada, acabei por usar a de deficientes físicos, espaçosa e com barras fixas, do jeito que deve ser, para permitir a entrada de cadeirantes e afins de forma decente.


Apesar do assento meio torto, o restante das instalações não apresentavam maiores problemas. O papel higiênico, daqueles que já vêm cortadinhos, só seriam perfeitos se acompanhados daqueles outros, feitos especialmente para forrar higienicamente o assento. O cesto de lixo, feito em aço escovado também era estiloso deveras.



A porta, bem cuidada, também estava imune de rabiscos e a tranca era nova, bem firme. Além disso, a luz indireta dava um ar ainda mais tranquilo para que eu fizesse o que tinha que fazer ali sem maiores delongas.

Voltei para a minha mesa e para a caipirinha que já me esperava ali. E que poderia recorrer aos banheiros do Pinguim, sempre que receber um chamado da natureza.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

sábado, 20 de junho de 2009

Chopp Santista – Santos/SP



Semifinais do paulista e o Santos enfrentaria o Palmeiras no caldeirão da Vila Belmiro. Infelizmente não havia comprado ingressos para ver o o jogo ao vivo, então resolvi assistir o clássico no Chopp Santista – um dos principais lugares de concentração de torcedores na cidade e onde já pude presenciar grandes jornadas esportivas, tanto da seleção brasileira, como do glorisoso Santos Futebol Clube.

Já sabendo que o lugar estaria lotado, cheguei às 15h, para garantir uma boa mesa. Na TV, apenas uma partida do campeonato francês, que os poucos presentes ali não davam a menor pelota. O tal o jogo só foi terminar faltando poucos minutos para as 16h e, quando pensei que se abririam as cortinas e os artistas entrariam em cena, um dos garçons troca o canal para o início de outro jogo, agora do campeonato italiano.

Foi neste momento que vendo meu leve desespero, outro garçom me informou que o certame só teria início às 18h10. Impossível não ficar com cara de tacho. Faltavam duas horas para o jogo e eu não tinha nada o que fazer, a não ser esperar. Quer dizer, eu na verdade até tinha um algo mais para fazer, dentro de uma cabine do banheiro masculino.



O Chopp Santista é um bar/balada, com banda ao vivo e tudo mais nos fins de semana. E faz tempo que não vê uma boa reforma. Prova disso é o seu banheiro, um tanto quanto judiado, após tantas noitadas de intenso movimento. As marcas desse movimento percebem-se, desde da porta, com queimadura ou lago do gênero, dobradiças enferrujadas e sem tranca. Até a sua válvula de descarga não tinha proteção alguma.



Ainda assim, o banheiro, pequeno, ainda mantém sua dignidade. Naquele estilinho bar retrô que é moda em tantas cidades, tem suas paredes revestidas com azulejos brancos até a altura das portas, o que me eu chamaria de um pouco mais de uma meia-barra. Apesar de não possuir tranca, me sentia seguro, uma vez que meus joelhos quase batiam na porta, de tão apertado. Entre uma cabine e outra – eram duas no total – uma divisória de ardósia cumpria bem o seu papel.

Na parte de trás da porta não havia as célebres pixações, porém tinha um comunicado do próprio Chopp tão impagável quanto, dando dicas do naipe “tente acertar o vaso, você consegue, ou “não importa o seu nível de álcool, outros usarão esse local", o que já indica que o bar é frequentado, em sua maioria, por pessoas de relativo garbo e elegância.



À esquerda de quem entra, estão duas pias, brancas, para que eu pudesse terminar meus serviços de forma mais higiênica possível. E, ao seu lado, noutra parede, uns dois mictórios, onde não podia deixar de imaginar como tem cara que ainda consegue errar algo daquele tamanho.

Um lugar, que apesar de tudo, tem lugar cativo no meu coração e de muitos santistas. Por isso mesmo, devia ser melhor valorizado por todos nós.

Cotação: 2,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O'Malley's Pub - São Paulo/SP



Época de aniversário é sempre meio estranha. Você começa a avaliar sua vida, quais rumos tomar e, especialmente, o que fazer para que a data não passe em branco. Nesse ano, resolvi comemorar com meus amigos em um de meus lugares favoritos na paulicéia, o O’Malley’s, pub irlandês, localizado próximo à avenida Paulista.

Era uma noite de sábado e, justamente nesse dia, o bar não aceitava reservas. Assim, apesar de ter combinado com meus amigos que as festividades teriam início às 22h, tive que chegar um pouco antes das 20h para guardar uma mesa e ter uma base para receber todos os presentes.

Aproveitei espera dos convivas para fazer uma espécie de esquenta para o evento principal. Pedi um porção para acompanhar meus Jack Colas, enquanto uma banda tocava noutro ambiente. Tudo corria bem, até que o primeiro presente da festa resolveu de se formar inesperadamente dentro de minhas entranhas.

Eu já conhecia bem aqueles banheiros, inclusive já o havia usado com aquelas segundas intenções. Ainda assim, era hora de olhá-lo com outros olhos e não apenas com o cego.


O banheiro escolhido, o do fundo, próximo à escadaria para as mesas de sinuca, era pequeno, mas suficiente para o local. Haviam duas cabines, além de dois ou três mictórios à direita de quem entra. Decorado com lajotas grandes, no chão e nas paredes, não era exatamente novo, contudo estava longe de estar passado.

Apesar de ainda ser cedo e o movimento do bar ainda estar longe da sua capacidade total, o chão apresentava sinais de sujeira. Exceção a isso, o restante do ambiente estava em boas condições de uso. Uma vez sentado, reparei que a porta quase pegava os meus joelhos, o que pode ser um problema para quem tem mais de 1,83 m. O porta papel higiênico, cromado, combinava com a válvula de descarga, mas nem tanto com o cesto de lixo, feito de plástico.


Faltava uma leitura interessante. Uma pena que o cartaz afixado logo acima da válvula na altura dos olhos de quem faz suas coisas de pé, quando todos nós sabemos que nesses casos a leitura funcionaria muito melhor para quem está sentado.


Enquanto realizava meus trabalhos, não pude deixar de perceber o fundo musical, que tocava Whiskey in the Jar, do Mettalica. Era o heavy metal dando uma forcinha mais que necessária ao heavy duty que realizava ali. Mal sabia eu que a trilha daria o tom da fanfarrônica celebração que estava por vir, horas mais tarde.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!