terça-feira, 30 de junho de 2009

Pinguim – Ribeirão Preto/SP


Ir a Ribeirão Preto e não conhecer o Pinguim é como ir a Roma e não ver o banheiro do Papa. O bar e restaurante, ao lado do imponente Teatro Pedro II é, desde 1936, um dos principais pontos de encontro da cidade e seu chopp é considerado pelos seus frequentadores o melhor do Brasil. Polêmicas à parte, eu que nem gosto de chopp, estava mais preocupado naquele sábado em saborear uma suculenta feijoada, iguaria que ainda não tinha tido o prazer de experimentar desde minha chegada à califórnia brasileira.

Destarte, fui até o Centro encontrar o tal Pinguim. Para um ponto turístico tão famoso, até que uma sinalização a mais cairia bem, já que o caminho não é dos mais fáceis. Contudo entre trancos os barrancos de quem ainda está se adaptando numa cidade nova, cheguei sem maiores percalços.

O bar, lotado, realmente é muito bonito. Dava a impressão que havia sido reformado não fazia muito tempo, sem perder o charme inicial. Me arriscaria, inclusive, em dizer que possuía um ar meio "sépia" de ser. Consegui logo uma mesinha aconchegante, numa posição que não poderia ser mais estratégica: de um lado, o bar, onde os lendários chopes eram retirados; do outro os banheiros, onde eu senti que tinha um depósito a efetuar. Pedidos anotados, era hora de eu cumprir a minha missão ali.


Amplo e espaçoso, o banheiro segue a a decoração do restante do bar. Com azulejos brancos cobrindo toda a parede, lajotas de mesma cor no chão e paredes de granito entre as cabines, mantinha o aspecto limpo mesmo com o alto consumo de chopp, o que já é uma vitória e tanto. Uma vez que a cabine comum estava ocupada, acabei por usar a de deficientes físicos, espaçosa e com barras fixas, do jeito que deve ser, para permitir a entrada de cadeirantes e afins de forma decente.


Apesar do assento meio torto, o restante das instalações não apresentavam maiores problemas. O papel higiênico, daqueles que já vêm cortadinhos, só seriam perfeitos se acompanhados daqueles outros, feitos especialmente para forrar higienicamente o assento. O cesto de lixo, feito em aço escovado também era estiloso deveras.



A porta, bem cuidada, também estava imune de rabiscos e a tranca era nova, bem firme. Além disso, a luz indireta dava um ar ainda mais tranquilo para que eu fizesse o que tinha que fazer ali sem maiores delongas.

Voltei para a minha mesa e para a caipirinha que já me esperava ali. E que poderia recorrer aos banheiros do Pinguim, sempre que receber um chamado da natureza.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

sábado, 20 de junho de 2009

Chopp Santista – Santos/SP



Semifinais do paulista e o Santos enfrentaria o Palmeiras no caldeirão da Vila Belmiro. Infelizmente não havia comprado ingressos para ver o o jogo ao vivo, então resolvi assistir o clássico no Chopp Santista – um dos principais lugares de concentração de torcedores na cidade e onde já pude presenciar grandes jornadas esportivas, tanto da seleção brasileira, como do glorisoso Santos Futebol Clube.

Já sabendo que o lugar estaria lotado, cheguei às 15h, para garantir uma boa mesa. Na TV, apenas uma partida do campeonato francês, que os poucos presentes ali não davam a menor pelota. O tal o jogo só foi terminar faltando poucos minutos para as 16h e, quando pensei que se abririam as cortinas e os artistas entrariam em cena, um dos garçons troca o canal para o início de outro jogo, agora do campeonato italiano.

Foi neste momento que vendo meu leve desespero, outro garçom me informou que o certame só teria início às 18h10. Impossível não ficar com cara de tacho. Faltavam duas horas para o jogo e eu não tinha nada o que fazer, a não ser esperar. Quer dizer, eu na verdade até tinha um algo mais para fazer, dentro de uma cabine do banheiro masculino.



O Chopp Santista é um bar/balada, com banda ao vivo e tudo mais nos fins de semana. E faz tempo que não vê uma boa reforma. Prova disso é o seu banheiro, um tanto quanto judiado, após tantas noitadas de intenso movimento. As marcas desse movimento percebem-se, desde da porta, com queimadura ou lago do gênero, dobradiças enferrujadas e sem tranca. Até a sua válvula de descarga não tinha proteção alguma.



Ainda assim, o banheiro, pequeno, ainda mantém sua dignidade. Naquele estilinho bar retrô que é moda em tantas cidades, tem suas paredes revestidas com azulejos brancos até a altura das portas, o que me eu chamaria de um pouco mais de uma meia-barra. Apesar de não possuir tranca, me sentia seguro, uma vez que meus joelhos quase batiam na porta, de tão apertado. Entre uma cabine e outra – eram duas no total – uma divisória de ardósia cumpria bem o seu papel.

Na parte de trás da porta não havia as célebres pixações, porém tinha um comunicado do próprio Chopp tão impagável quanto, dando dicas do naipe “tente acertar o vaso, você consegue, ou “não importa o seu nível de álcool, outros usarão esse local", o que já indica que o bar é frequentado, em sua maioria, por pessoas de relativo garbo e elegância.



À esquerda de quem entra, estão duas pias, brancas, para que eu pudesse terminar meus serviços de forma mais higiênica possível. E, ao seu lado, noutra parede, uns dois mictórios, onde não podia deixar de imaginar como tem cara que ainda consegue errar algo daquele tamanho.

Um lugar, que apesar de tudo, tem lugar cativo no meu coração e de muitos santistas. Por isso mesmo, devia ser melhor valorizado por todos nós.

Cotação: 2,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O'Malley's Pub - São Paulo/SP



Época de aniversário é sempre meio estranha. Você começa a avaliar sua vida, quais rumos tomar e, especialmente, o que fazer para que a data não passe em branco. Nesse ano, resolvi comemorar com meus amigos em um de meus lugares favoritos na paulicéia, o O’Malley’s, pub irlandês, localizado próximo à avenida Paulista.

Era uma noite de sábado e, justamente nesse dia, o bar não aceitava reservas. Assim, apesar de ter combinado com meus amigos que as festividades teriam início às 22h, tive que chegar um pouco antes das 20h para guardar uma mesa e ter uma base para receber todos os presentes.

Aproveitei espera dos convivas para fazer uma espécie de esquenta para o evento principal. Pedi um porção para acompanhar meus Jack Colas, enquanto uma banda tocava noutro ambiente. Tudo corria bem, até que o primeiro presente da festa resolveu de se formar inesperadamente dentro de minhas entranhas.

Eu já conhecia bem aqueles banheiros, inclusive já o havia usado com aquelas segundas intenções. Ainda assim, era hora de olhá-lo com outros olhos e não apenas com o cego.


O banheiro escolhido, o do fundo, próximo à escadaria para as mesas de sinuca, era pequeno, mas suficiente para o local. Haviam duas cabines, além de dois ou três mictórios à direita de quem entra. Decorado com lajotas grandes, no chão e nas paredes, não era exatamente novo, contudo estava longe de estar passado.

Apesar de ainda ser cedo e o movimento do bar ainda estar longe da sua capacidade total, o chão apresentava sinais de sujeira. Exceção a isso, o restante do ambiente estava em boas condições de uso. Uma vez sentado, reparei que a porta quase pegava os meus joelhos, o que pode ser um problema para quem tem mais de 1,83 m. O porta papel higiênico, cromado, combinava com a válvula de descarga, mas nem tanto com o cesto de lixo, feito de plástico.


Faltava uma leitura interessante. Uma pena que o cartaz afixado logo acima da válvula na altura dos olhos de quem faz suas coisas de pé, quando todos nós sabemos que nesses casos a leitura funcionaria muito melhor para quem está sentado.


Enquanto realizava meus trabalhos, não pude deixar de perceber o fundo musical, que tocava Whiskey in the Jar, do Mettalica. Era o heavy metal dando uma forcinha mais que necessária ao heavy duty que realizava ali. Mal sabia eu que a trilha daria o tom da fanfarrônica celebração que estava por vir, horas mais tarde.

Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!