sexta-feira, 16 de abril de 2010

Aeropuerto Silvio Petirossi – Asunción/Paraguay


A primeira reação das pessoas quando você diz que vai passar o Réveillon fora do país geralmente é “que chique, hein?”. Nesses casos, geralmente uso meu ar blasé e respondo “por que, não é normal?”. Mal sabem elas que, quando se é alternativo, as coisas mudam um pouco de figura: para viabilizar economicamente mais esta ida à bela Buenos Aires, a saída era pegar um voo com uma escala de 6 longas horas durante a madrugada em Assunção, Capital do Paraguai.

Tirando a fila absurda no check-in da TAM no dia 30 de dezembro, o embarque em Guarulhos aconteceu sem maiores alardes. A previsão era de cerca de 2 horas de viagem até lá e, ao final delas, já estava pronto para usar o banheiro do Air Bus. Porém, o alto fluxo de passageiros, ligado ao fato de, logo na minha hora, o avião entrar em turbulência me impediu a façanha. Mal sabia eu que o destino me reservava algo muito mais interessante.

Ao pisar em terras paraguaias, percebi que o principal aeroporto daquele país tinha um quê de rodoviária, sem ar-condicionado e muitos ventiladores. Minha esperança de passar boa parte do tempo de espera no free shop também foi por água abaixo quando vi todo o saguão de lojas fechado. Seria uma espera pior do que eu pensava. Para compensar, ao menos o banheiro, próximo de um quiosque de produtos Habanna, estava aberto e à minha disposição.



Pela decoração, era de se supor que o banheiro não havia passado por uma reforma, desde sua inauguração. Não era de todo mal, contudo eram perceptíveis as marcas do tempo, nas manchas dos espelhos ou nas faltas de ralos e espelhos de interruptores. Logo após as pias, estava o corredor com as cabines à minha esquerda e os mictórios à direita. Acabei por escolher o segundo deles de forma aleatória e entrei. De uma certa forma, foi uma escolha inesquecível.


Como todos sabemos, já peguei uma certa bagagem em banheiros de aeroportos, vide minhas aventuras em Congonhas e Fortaleza. Mas não sei, quiçá por ser o meu banheiro internacional, achei tudo muito pitoresco. As instalações em si eram simples e não deixavam nada a desejar. Vaso, porta, lixinho, tudo dentro dos conformes. Não estava um primor de limpeza, é verdade; no entanto, percebi que os piores culpados eram os próprios usuários. Afinal, quais as chances de você ter que usar um papel higiênico todo furado com queimaduras de cigarros?

Outro fator muy entretenido da experiência foram as pichações que encontrei ali, uma mais divertida que a outra. Tinha ranking de companhias aéreas, declarações de amor para as aeromoças da TAM, rabiscos em geral, um verdadeiro tratado antropológico daquele microcosmo.



Era a leitura que eu precisava para que eu pudesse terminar minhas atividades ali de forma tranquila. 31 de dezembro ainda estava em seus primeiros minutos e eu, com o perdão do trocadilho, já estava cagando para aquela escala no Paraguai. É, seria uma espera entediante mas, definitivamente, sem apertos.


Cotação:

2,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo.