Após tantas excursões durante minha estada em Fortaleza, já estava meio de saco cheio de passeio turístico. Porém, Jericoacoara tem lá as suas belezas e eu precisava vê-las com meus próprios olhos. Pensava nisso quando apareceu no hostel um grupo de mochileiros do Piauí, querendo fechar um grupo para num combo que incluía, a priori, a famosa Pedra Furada, passeio pelas dunas e as lagoas Azul e Paraíso.
Pelo custo x benefício da coisa, até que foi divertido. E a parada para o almoço no restaturante Sítio Paraíso, de frente à lagoa de mesmo nome, veio na hora exata. Isso porque não só a fome já batia forte, mas também o balanço da jardineira pelas dunas havia batido fundo no estômago e me deixado pronto para conhecer o banheiro mais próximo.
Saí à procura pelas dependências do local e nada. Foi nessa hora que percebi que ele ficava numa casinha separada do resto do complexo. Sem muita escolha, fui me acostumando com o estilo roots do local e fiquei mais à vontade para fazer o que tinha que fazer por ali.
Ao entrar na cabine, me embasbaquei de cara: havia um plástico envolvendo todo o assento. Será que logo num banheiro tão simples encontraria algo tão raro até em WC’s mais sofisticados? Não, realmente não era esse o caso e aquele era filho único por ali. Vai ver algum gringo de passagem e extremamente prevenido trouxe consigo um kit higiene para evitar germes ou coisas piores. De qualquer forma, tirei a traquitana e o substituí pelos sempre eficientes papéis higiênicos.
De resto era tudo extremamente funcional. O azulejo meia-barra, a descarga de cordinha... Agora o papel higiênico não fazia jus ao nome, colocado num cantinho no chão. E, considerando que já estava em um ponto de não retorno do processo, tive que improvisar com o que tinha ali. A iluminação era natural e vinha do espaço entre a cabine e o telhado, o que dava também uma maior ventilação ao recinto.
Um banheiro certamente melhor qualificado para a realização do nº 1 do que para o nº 2, mas que pode ser útil deveras, dependendo do seu espírito de aventura.
Cotação: 2 privadas*
* Sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!
quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Pousada Tirol – Jericoacoara/CE
15h em Fortaleza. Após despedir-me de meu companheiro de viagem, que voltaria naquela noite para São Paulo, eis que iniciava a minha viagem solo para Jericoacoara. A aventura já começa no próprio trajeto, cerca de 6 horas de ônibus, mais 1 hora numa “jardineira”, um caminhão adaptado com bancos na carroceria, por entre dunas e mais dunas. É você, literalmente no meio do nada e num breu danado, ao som do motor, que contrastava somente com o silêncio sepulcral dos passageiros, muitos deles gringos, provavelmente com receio de que se o motorista quisesse, eles nunca mais seriam vistos vivos, no melhor estilo “Turistas”.
Mas tudo isso compensa quando você entra na vila. Eram mais de 22h30 e, do nada, aparece a ruazinha principal, feita somente com a própria areia da praia, toda iluminada pelo comércio, barzinhos e repleta de pessoas, falando todas as línguas do mundo. É simplesmente mágico e só quem conhece lá pode explicar. Mágica que também tive que fazer, ainda que meio abestalhado com aquilo tudo, para levar minha mala de rodinhas por aquele areial todo até a minha pousada, na outra rua.
Chegando na Tirol, tratei de ver o quarto que eu dividiria com mais 3 elementos, que variariam umas duzentas vezes durante toda a minha estada. Os três da vez estavam no décimo sono, assim, tratei de deixar a mala e sair para um primeiro reconhecimento do local. Encontrei a praia, a duna do pôr-do-sol, além de vários carrinhos de bebida, onde fiz logo amizade e, sedento, pedi as primeiras Cubas daqueles dias. Mas, como já era quase 1 da manhã, meu corpo pedia por um descanso pelas horas de ônibus e, principalmente, por um assento no banheiro mais próximo, antes de dormir.
Uma vez que não queria acordar meus colegas de quarto e, à primeira vista, o banheiro do quarto estava um aguaceiro só, resolvi enfrentar o externo, utilizados por quem acampa no albergue.
Tenho que admitir que o aspecto selvagem dele me instigou logo de pronto. Ele era todo feito de palha entrelaçada e madeira, enquanto que por dentro, suas divisões eram de alvenaria. Uma árvore no meio do local funcionava como uma coluna principal. Seu chão era de piso batido, vermelho, daqueles que se encontra apenas em casas bem antigas ou simples. Suas paredes, coloridas, davam um aspecto ainda mais pitoresco. Nada que se compare ao papel higiênico, pendurado de forma engenhosa, em um dos cantos. O vaso deve ter algum histórico de abusos, uma vez que ao seu lado havia um desentupidor pronto, caso a caixa d’água não aguentasse o tranco.
O local era bem ventilado e a noite estava mais que agradável para que eu realizasse minhas atividades, ao som do coachar das pererecas que eu encontrei pelo caminho, mesmo tendo escolhido o banheiro masculino. E, com tantas peculiaridades, ele ainda conseguia ser limpo e agradável o bastante para que eu pedisse bis, sempre que necessário. Recomendável, tanto para os gringos que querem um contato maior com a natureza no nosso Brasil varonil, quanto para quem apenas responde um chamado da natureza.
Cotação: 3,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Mercado Central, Fortaleza/CE
Últimas horas em Fortaleza e eu e meu amigo resolvemos pegar nossas últimas forças e dar uma volta pelo centro da cidade, seguindo algumas dicas de nosso guia do dia anterior. Entre elas, estava a visita ao Mercado Central, lugar onde se encontram todas aquelas quiquilharias hippies e tranqueiras regionais que você leva para seus parentes a preços módicos. Ou então, produtos bem mais caros, literalmente para holandês ver. São 4 andares de lojas e mais lojas, para serem visitadas com tempo e paciência, coisa que já não tínhamos mais naquela altura do campeonato.
Mesmo assim, demos uma chance para o tal mercadão. Visitamos cada um dos andares, a procura de um abridor de côco para o pai do meu amigo e vendo o ambiente geral. Eu, que não estava a procura de nada, subitamente percebi que precisava procurar algo muito importante: um banheiro.
Após a compra da traquitana e muita camelada, conseguimos, enfim, achar o banheiro. Mesmo com a placa em diversas línguas, o gringo teria que ser corajoso para entrar ali. Não fedia, é verdade, contudo era perceptível que o local era utilizado deveras pelos locais, visto que o chão, meio molhado, estava todo sujo.
Ao me deparar com a cabine, mais uma supresa: não havia papel higiênico. O compartimento com o rolo que deveria estar ali, encontrava-se pendurado na parte de for a, fazendo as vezes de papel-toalha para quem lavava as mãos. Quase pego de calças na mão, tive sair e separar a quantidade necessária para realizar a operação.
E seu eu estivesse numa emergência, estaria realmente perdido. Uma vez lá dentro, tive muita dificuldade para trancar a porta, daquelas de plástico, que insistia em não encaixar corretamente. As paredes, também de plástico, além de não dar a privacidade necessária, eram utilizadas tanto como cinzeiros, como espaço para as já célebres pichações, bem contrastantes, aliás. Iam, do cristão “Jesus te ama” a uma bomba prestes a explodir. Para completar a cena, ainda havia um rodo que, so invés de ser usado para a limpeza do local, estava pendurado de cabeça pra baixo num dos cantos.
Considerando que o Mercado Central fora contruído especialmente para receber turistas, bem que poderiam ter tido um pouco mais de cuidado nos banheiros. De porcaria, já basta as coisas vendidas ali.
Cotação: 1,5 privadas*
*sendo 1 privada, péssimo e 5 privadas, ótimo!
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